A estreia acontece terça-feira (31) e temporada terá oito paradas em praças que fizeram parte do Movimento de Cultura Popular
Imagem: Divulgação
O Espetáculo MCP-O Sonho Não Acabou, que estreia nesta terça-feira (31), no Casarão do Sítio da Trindade, nascedouro do Arraial do Bom Jesus, no Bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, mostra que fazer Teatro, Cultura, nas ruas, nas praças, nas periferias da Cidade, é um sonho que nunca terá amarras nem deixará de ser sonhado coletivamente. Prova disso é que o Movimento de Cultura Popular, tolhido pela ditadura civil-militar de 1964, criado em 13 de maio de 1960 por Miguel Arraes de Alencar, então prefeito do Recife, e cabeças pensantes e revolucionárias da época, como Germano Coelho, Ariano Suassuna, Abelardo da Hora, Paulo Freire, Hermilo Borba Filho, Francisco Brennand, Joacir Castro, Argentina Rosa, Maria José Feitosa, Anita Paes Barreto, Norma Coelho, Josina Godoy e Geraldo Menucci, entre outros fazedores abnegados culturais pernambucanos, é o mote central da peça que tem texto e direção do multiartista recifense nascido na Linha do Tiro, Carlos Amorim.
Com apoio institucional do Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura do Recife, serão oito apresentações, a primeira e a última, no Sítio da Trindade, e as demais nas seis praças que integraram o MCP: Largo Dom Luiz, Casa Amarela (02.11); Praça da Convenção, Beberibe (07.11); Praça do Salgueiro, Iputinga (09.11); Praça do Jardim São Paulo (14.11); Praça da Várzea (16.11); Praça da Torre (23.11) e Sítio da Trindade, novamente (29.11). Fruto desse legado do MCP, Carlos Amorim tem uma ligação direta com o Movimento mesmo quando ainda não tinha um conhecimento mais profundo sobre o mesmo, pois em 1990 criou a Companhia D`Loucos de Teatro Popular. “A gente foi pra rua, com a terceira companhia de teatro de rua do Recife, atuando, e em 2010 a gente se deparou com a história do MCP e viu que havia uma relação direta muito próxima com o que a gente fazia”, explica Amorim.
Unindo sonhos de diferentes e longínquas gerações, provando que sonhos nunca se esvairão por amarras, nem por armas, muito pelo contrário, renovam-se e renascem como boas sementes que germinam eternamente, quem saiu ganhando foi o recifense, o pernambucano ou qualquer cidadão de qualquer lugar do mundo que ame e defenda a liberdade e a democracia e que poderá vivenciar a alma do que foi o MCP: poesia, música, cultura, arte popular, cinema, teatro, educação criadora e criativa, bumba-meu-boi, caboclinho, frevo, maracatu, memória viva, círculos de leitura, consciência e pensamento crítico.
Com textos que variam de carregados de humor a densos, muita música, cores, alegria, dança, folguedos pernambucanos, o Espetáculo MCP-O Sonho Não Acabou tem na sua equipe a essência do DNA do Movimento de Cultura Popular criado por Arraes e tantas mãos brilhantes, que é a alma das periferias do Recife. Todos têm raízes suburbanas, predominantemente muito jovens. Elenco/Atores: Raphael de Castro , Carlos Amorim e Sillecier Araújo; Bailarinos(as): Júlio Santos , Marcos Santiago , Luana Santos e Victoria Carla; Sonoplastia: Emanoel Amorim; Iluminação: Claudiney Castro; Coreografia: Simone Santos; Texto e Direção: Carlos Amorim; Produção Executiva: Renata Mascarenhas(RM Artes Produções e Eventos); Assessoria de imprensa: Ruy Sarinho.
Tendo como um dos pontos altos a sua belíssima trilha sonora, com nomes como Chico Buarque e Mílton Nascimento, Cila, Jackson do Pandeiro, Banda de Pau e Corda e músicas que por si só contam a história cultural e os costumes do Recife, o MCP-O Sonho Não Acabou, segundo Carlos Amorim, está com tudo pronto, afinado, para a estreia. “A equipe está toda afiada e eu estou ansioso como se fosse um pai esperando o seu primeiro filho”, comemora o autor e diretor do Espetáculo.
0 Comentários