A transição das emissoras AM para FM marca o fim de uma era no Brasil
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Por John Lima
No último dia de 2023, um capítulo importante na história da radiodifusão brasileira se encerra com a extinção das rádios AM locais. Este fenômeno não é apenas um reflexo das mudanças tecnológicas, mas também um símbolo da evolução da mídia e dos hábitos de consumo de informação. O decreto que determinou o fim da frequência AM local e estabeleceu prazos para a migração das emissoras para a faixa FM desencadeou uma série de transformações no setor. Este artigo busca explorar o impacto dessa transição, as reações do setor e o futuro da radiodifusão no Brasil.
O decreto de 2016
O decreto que iniciou a mudança significativa no cenário das rádios no Brasil foi o Decreto Presidencial nº 8.139, emitido em 2016. Este decreto estabeleceu as bases para a migração das rádios AM para a faixa FM, reconhecendo as dificuldades técnicas e de audiência enfrentadas pelas rádios AM. Com a migração, esperava-se revitalizar o setor de radiodifusão, oferecendo melhor qualidade de som e acessibilidade aos ouvintes.
A extinção das rádios AM locais
O decreto governamental que determina o fim das rádios AM locais estipula que, até o dia 31 de dezembro de 2023, todas as emissoras locais devem migrar para a faixa FM ou se transformarão automaticamente em rádios AM de característica regional. Este movimento é parte de um processo de reestruturação da radiodifusão nacional, que visa não só modernizar, mas também racionalizar o espectro radiofônico.
A mudança e seus desafios
A transição do AM para o FM não é apenas uma questão técnica. Representa uma resposta à crise prolongada das rádios AM, exacerbada pela expansão das FMs com qualidade de som superior e pela popularização dos smartphones, que têm dificuldades em sintonizar frequências AM. Além disso, a Anatel e o governo ampliaram a faixa FM para acomodar as rádios AM em migração, um movimento que indica a relevância do rádio como meio de comunicação, apesar dos desafios contemporâneos.
Impacto social e regional
Enquanto a migração para FM pode parecer uma solução lógica nas áreas urbanas, regiões como o Pantanal e a Amazônia enfrentam um cenário diferente. Nessas áreas, a falta de acesso a novas tecnologias e a internet torna a rádio AM mais que necessária. O desligamento obrigatório da AM pode criar "desertos de informação", privando essas comunidades de um meio vital de comunicação.
O futuro da radiodifusão brasileira
O fim das rádios AM locais é mais do que uma mudança tecnológica; é um ponto de inflexão na história da radiodifusão brasileira. Enquanto algumas emissoras migram para o FM, outras se adaptam para se tornarem regionais, alterando o panorama da radiodifusão. Resta a questão: como essa transformação afetará a diversidade e a qualidade do conteúdo radiofônico no Brasil? O futuro do rádio, agora no domínio do FM e das tecnologias digitais, permanece um campo aberto para inovações e desafios.
Este artigo é uma tentativa de capturar um momento de transição e refletir sobre seu significado para o Brasil e para a história do rádio. Enquanto as rádios AM se despedem, uma nova era de radiodifusão está apenas começando.
2 Comentários
Devido ao pioneirismo das transmissões em AM a notícia deixa um certo impacto para adaptação. Mas a evolução está aí e o que resta é aceitar a nova modalidade, até porque a qualidade em FM não deixa dúvida que é superior apesar do alcance ser menor como também a expansão no período da noite não ser o mesmo
ResponderExcluirNão sou anônimo, meu nome é Nilson Laranjeira Recife
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