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Segurança pública em alerta: Desafios crescentes em Pernambuco às vésperas do carnaval

Entre greves iminentes e vigilância comprometida, a segurança estadual enfrenta uma prova de fogo

Foto: Reprodução

Por John Lima

Em meio à expectativa para um dos maiores eventos culturais do Brasil, o Carnaval, o estado de Pernambuco enfrenta um momento crítico em sua segurança pública. Uma greve iminente dos policiais civis e o desligamento do sistema de videomonitoramento nas cidades mais movimentadas durante o período carnavalesco acendem um sinal de alerta para as autoridades e a população.

A situação é agravada pela ausência de diálogo entre o governo de Raquel Lyra (PSDB) e o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), conforme apontado pelo presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros. A categoria, sofrendo com a defasagem salarial e condições de trabalho precárias, vê-se desmotivada e incapaz de combater eficientemente o crime organizado, que parece se fortalecer diante da vulnerabilidade da segurança pública. O Sinpol realizará uma assembleia geral para discutir uma possível greve na próxima terça-feira (23).

Simultaneamente, a falta de uma nova licitação para o sistema de videomonitoramento resultou no desligamento de 278 câmeras de segurança em cidades estratégicas como Recife, Olinda, Caruaru e Petrolina, diminuindo significativamente a capacidade de vigilância durante o Carnaval.

Foto: Reprodução/SDS/PE

Este cenário é ainda mais preocupante considerando que o governo estadual não utilizou integralmente os recursos do Fundo Estadual de Segurança Pública e de Defesa Social de Pernambuco (FESPDS), apesar da disponibilidade de verbas. Em 2023, do total de R$ 48 milhões recebidos do governo federal, apenas metade foi efetivamente gasta, deixando um saldo substancial não aproveitado para melhorias na segurança.

A crise na segurança pública de Pernambuco é acentuada por um aspecto particularmente alarmante: a paralisação de mais de 10 mil inquéritos. Segundo Auréo Cisneiros, presidente do Sinpol, a escassez de policiais é um fator crítico que perpetua a impunidade. "Com a falta de pessoal, não temos quem conduza as investigações. Assim, permanece a impunidade. Nas condições atuais, apenas um milagre permitiria um desfecho satisfatório para crimes com mais de dois anos em termos de inquérito", afirma Cisneiros.

Esta situação revela uma desconexão entre os recursos disponíveis e seu uso efetivo. Mesmo com um saldo significativo no Fundo Estadual de Segurança Pública e de Defesa Social de Pernambuco, os desafios persistem, evidenciando um cenário onde o dinheiro em caixa não se converte em ações práticas para melhorar a segurança do estado. A inércia na aplicação dos recursos e a falta de investimento estratégico nas forças de segurança agravam o quadro de violência e criminalidade.

O cenário atual da segurança pública em Pernambuco coloca em cheque a eficácia das medidas adotadas pelo governo de Raquel Lyra e expõe a população a riscos, especialmente em um período de grande movimentação no carvaval. A falta de investimento adequado nas forças policiais e infraestrutura de segurança, combinada com a ameaça de greve, a desativação de equipamentos de monitoramento e a paralisação dos inquéritos policiais, cria um ambiente de incerteza e temor. Isso evidencia a necessidade urgente de ações concretas e efetivas para garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos pernambucanos.

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