Carnaval de medo em Pernambuco e a dura realidade de uma segurança pública fragilizada
Foto: Reprodução
Por John Lima
Salve-se quem puder no carnaval de Pernambuco de 2024. Esta é a sombria previsão para um dos eventos mais icônicos do Brasil, reflexo de uma crise que se intensifica a cada dia na segurança pública do estado. Sob a gestão da governadora Raquel Lyra, um panorama desolador se desenha: diálogo truncado, promessas não cumpridas e um efetivo policial em número alarmantemente reduzido.
Impasse e paralisação
A situação atingiu um ponto crítico com o recente ato realizado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) em frente ao Palácio do Campo das Princesas. O impasse entre o sindicato e o Governo do Estado culminou na decisão de paralisar as atividades da categoria a partir das 00h desta sexta-feira (9). Este movimento não é isolado; ele reflete um crescente descontentamento entre vários setores da Polícia Civil, incluindo peritos criminais, médicos legistas e delegados.
Crise de confiança e representação
O cerne da questão não é apenas salarial ou de condições de trabalho, embora estes sejam pontos críticos. Trata-se de uma crise de confiança e de representação. Com um efetivo de apenas 5 mil servidores, contra os 11 mil necessários segundo o Sinpol-PE, a capacidade de resposta da Polícia Civil está seriamente comprometida. Como resultado, a população pernambucana se encontra cada vez mais vulnerável, especialmente em eventos de grande escala como o Carnaval.
A falta de diálogo
O diálogo, prometido como pilar da gestão Raquel Lyra, parece ser mais uma retórica política do que uma prática efetiva. Esta falta de comunicação não é um fenômeno novo; ela ecoa as queixas anteriores dos servidores municipais de Caruaru durante o mandato da governadora como prefeita e é agora amplificada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto, que pertence ao mesmo partido da governadora, o PSDB.
Ação e responsabilidade
Diante deste cenário, é imperativo questionar: até que ponto a segurança pública pode ser negligenciada antes que a estrutura social comece a ruir? A resposta, infelizmente, pode ser evidenciada nas ruas durante o carnaval.
A segurança como direito fundamental
A segurança pública é um direito fundamental e um pilar para a estabilidade e o desenvolvimento de qualquer sociedade. Ignorar essa realidade não é apenas uma falha de governança; é um abandono dos princípios básicos de proteção e bem-estar da população. Pernambuco, neste carnaval, enfrenta mais do que uma crise de segurança; enfrenta um reflexo de uma gestão que parece esquecer que, no final, são as pessoas que mais sofrem com suas falhas e omissões.
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