Via da Zona Norte contará com uma das mais de 50 áreas de trânsito calmo implantadas na cidade. Intervenções resultaram em uma redução de até 91% dos sinistros com vítima
Foto: Josenildo Gomes/CTTU
A Prefeitura do Recife, por meio da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), implanta, a partir desta sexta-feira (15), um novo projeto para requalificar a ciclofaixa da Rua Othon Paraíso, no bairro do Torreão, Zona Norte. A via receberá urbanismo tático com o objetivo de aumentar as áreas de calçadas ao longo do canteiro central, além de reforços na divisão entre a rota ciclável e a pista de rolamento dos veículos motorizados. Essa é uma das mais de 50 áreas de trânsito calmo implantadas na cidade. Intervenções como essas resultaram em uma redução de até 91% dos sinistros com vítima. A intervenção foi estudada junto à Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIGRS), por meio da Iniciativa Global de Desenho de Cidades (GDCI), referência em desenho de vias.
A ciclofaixa na Rua Othon Paraíso tem quatro quilômetros de extensão e passa por locais emblemáticos do bairro de Campo Grande e do Torreão, como a pista local da Avenida Governador Agamenon Magalhães e a Rua Marechal Deodoro. A rota faz conexão com o Eixo Cicloviário Camilo Simões, que segue até o município de Olinda, e também com a Avenida Norte, em direção ao Centro do Recife. A principal via da ciclofaixa, a Rua Professor Othon Paraíso, receberá um novo desenho viário para abrigar melhor pedestres e ciclistas e ordenar os retornos dos veículos motorizados. O projeto contempla, também, paraciclos com 10 vagas para estacionar as bikes.
Foto: Josenildo Gomes/CTTU
Na pesquisa que embasou a intervenção, foi identificada uma média de 196 pedestres nas horas pico dos três turnos na rua, sendo que 30% deles caminhavam no leito viário, o que é um grande fator de risco, especialmente porque a velocidade na região estava elevada: 67,7% dos veículos transitavam acima da velocidade da via. As motocicletas foram as que mais aceleraram: 71,7% estavam acima da velocidade adequada.
“Temos usado as técnicas de redesenhos de vias para induzir a redução de velocidade e favorecendo a segurança de pedestres e ciclistas. Essa medida já surtiu efeito, por exemplo, na Ilha do Leite, que diminuiu em 75% os sinistros de trânsito com vítimas no local. Então, as ações de redesenho; de educação e de fiscalização contribuem para a mudança de comportamentos destacando que o trânsito é feito por todos e para todos, então respeitar o limite de 30 km/h em áreas com muitos pedestres é essencial e reduz em mais de 70% os riscos de morte por atropelamento”, explica a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.
INICIATIVA SALVA VIDAS - As ações que redesenham as ruas para as pessoas salvam vidas. Prova disso é a análise do número de sinistros de trânsito com vítimas nas regiões em que foram implantadas, como é o caso da Rua José de Alencar, na Ilha do Leite, que reduziu em 91%. Na Rua do Hospício, próximo à Rua Princesa Isabel, no bairro da Boa Vista, a redução foi de 50%. Já no Largo da Paz, em Afogados, a redução foi de 40%.
A nova sinalização vai diminuir os conflitos entre carros e motos que realizam o retorno. Além disso, entre o canteiro central e a ciclofaixa, haverá uma ampliação da calçada com uso de urbanismo tático para que pedestres e ciclistas tenham espaços segregados, evitando colisões. Os usuários da mobilidade ativa (ciclistas e pedestres) também terão mais segurança com uso de mobiliário urbano - como jardineiras e balizadores - entre a ciclofaixa e a faixa de rolamento. Dessa maneira, haverá a segregação entre os espaços dos veículos motorizados e dos não motorizados.
Essas intervenções contam também com mais 31 faixas de pedestres e 1.100 metros quadrados de ampliação de calçadas para as pessoas caminharem na via, assim como quatro lombadas e uma travessia elevada, para atender à demanda da comunidade escolar no local. Esses elementos vão levar a uma readequação da velocidade, evitando que os veículos excedam 30 km/h, que é o indicado para aquela região, já que é uma área escolar, por isso, reúne crianças e pessoas com mobilidade reduzida.
0 Comentários