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Sou uma, mas não sou só

Especialização em Direitos Humanos, Participação Social e Promoção da Saúde das Mulheres busca fortalecer a participação e atuação das mulheres nos espaços de decisão e gestão 

Foto: Divulgação

Da redação

No dia em que os diversos movimentos feministas e de Direitos Humanos no país relembravam os seis anos do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e seu motorista, Marielle Franco e Anderson Gomes, quase uma centena de mulheres de todo o país, se reuniu no auditório da Fundação Oswaldo Cruz, em Brasília, para dar início ao primeiro Curso de Especialização em Direitos Humanos, Participação Social e Promoção da Saúde das Mulheres. A aula magna foi realizada pela jornalista, escritora, Doutora em Ciências da Comunicação e professora da USP e PUC-SP, Dra. Rosane Borges que destacou a história de opressão e violações vividas pelas mulheres e a urgência em se pensar estratégias de superação e proteção para elas.

Integrante da Coordenação Político Pedagógica, Virgínia Corrêa, informa que a formação busca reunir profissionais dos diversos campos e locais de atuação com lideranças dos movimentos sociais, estratégia já adotada pela instituição e que tem dado certo e fortalecido as intervenções nos territórios. “Uma formação com o olhar para a luta, para os direitos e que dialoga com as pessoas que fazem a defesa dos Direitos Humanos no governo e nos movimentos sociais é algo diferente. Acreditamos que essa especialização pode fazer o seu marco na busca por direitos e conquistas por uma sociedade justa e onde as mulheres possam acessar os seus direitos. Acreditamos também que esse é um dos caminhos para a diminuição das violências e dos abusos”, explica.

Para a Assistente Social e coordenadora do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do município de Jaboatão dos Guararapes, Zona Metropolitana do Recife, o curso já se apresenta como um divisor de águas dada a diversidade de mulheres participantes. “A troca de informações e saberes, que já começou desde o momento em que chegamos aqui em Brasília, como o cuidado das pessoas que estão tocando esse projeto, pensando na acolhida, no espaço e nos conteúdos, mostra que é possível desenvolver processos formativos para mulheres pensando para além da formação e com vistas às ações nos nossos espaços de atuação. Isso é muito importante e, com certeza, vai qualificar na minha atuação no município”, afirma.

A formação-ação se propõe a fortalecer a participação e a atuação das mulheres nos espaços de decisão e gestão, vai trabalhar a saúde numa compreensão ampliada e diretamente influenciada pela determinação social e os determinantes ambientais, culturais, econômicos e sociais. Ela também busca qualificar as mulheres para que atuem nas ações de promoção e vigilância da saúde, ambiente e trabalho com ênfase na saúde integral das mulheres. 

O curso, de iniciativa do Programa Saúde, Ambiente e Trabalho da Fiocruz Brasília (PSAT-Fiocruz), está sendo disponibilizado para pessoas graduadas, em duas categorias: Especialização e Curso Livre, e teve um elevado número de candidatas, de 125 pessoas para o nível de especialização e mais de 200 para o curso livre. Além das pessoas ligadas aos movimentos sociais, a procura foi de técnicas dos poderes executivos, legislativo e do judiciário em todos os níveis, além de profissionais do Direito, Serviço Social, Comunicação Social e os do setor Saúde.

Os encontros acontecerão um final de semana por mês, durante um ano, na sede da Fiocruz Brasília. No mês de abril, a turma participará de um Seminário Interdisciplinar e Intersetorial, seguido das aulas no período de 25 a 27 de abril.

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