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Em Pernambuco, o Juntos Pela Segurança: Promessas de realidades distantes

Balanço do Instituto Fogo Cruzado revela aumento de 4% nos tiroteios em março de 2024, destacando desafios persistentes na segurança pública do estado. Confira os municípios do Grande Recife mais afetados pela violência

Foto: Artem Zhukov

Por John Lima

Na tentativa de confrontar e transformar o preocupante cenário de violência que assola Pernambuco, o programa Juntos Pela Segurança foi criado no final de 2023 como uma iniciativa ambiciosa da governadora Raquel Lyra. Com o objetivo de tornar o estado mais seguro, ele promete uma redução substancial nos índices de crimes violentos, mirando uma meta audaciosa de diminuição em 30% até 2026. A estratégia não se propõe apenas a reverter a curva ascendente de violência, mas também a devolver a tranquilidade às comunidades. No entanto, relatórios recentes lançam sombras sobre os progressos alcançados até o momento. As estatísticas mais recentes pintam um quadro sombrio, sugerindo que, apesar dos esforços contínuos, a realidade de segurança prometida permanece, por ora, um horizonte distante. Este contraste entre as expectativas e os resultados obtidos coloca em questão a eficácia das medidas implementadas, apontando para a complexidade dos desafios que ainda precisam ser superados.

Crescimento alarmante

Março de 2024 marcou um aumento preocupante nos registros de tiroteios no Grande Recife, contrastando com o objetivo central do Juntos Pela Segurança. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, o número de tiroteios subiu para 165, um acréscimo de 4% em relação a março do ano anterior. Este crescimento não apenas questiona a eficácia das estratégias adotadas mas também põe em xeque a segurança da população local.

Vítimas da violência

Dentre os incidentes, uma estatística sombria se destaca: 99% dos tiroteios resultaram em mortos ou feridos, totalizando 164 eventos com vítimas. Esse dado ressalta a letalidade dos confrontos armados na região, atingindo seu pico em bairros como Brasília Teimosa, que sozinho, registrou sete tiroteios e oito vítimas baleadas. A violência não só persiste mas também se intensifica, ceifando vidas e ameaçando a paz social.

Juventude pernambucana em perigo

Particularmente alarmante é o aumento drástico de adolescentes entre as vítimas. Comparado a março de 2023, o número de jovens baleados quase dobrou, indicando uma trágica juvenilização das mortes por violência armada. Essa tendência destaca a urgente necessidade de políticas específicas para proteger os mais jovens, abordando as raízes da violência que os atinge diretamente.

Comparativo e análise

Apesar de uma leve queda nos tiroteios em comparação com fevereiro de 2024, o número de mortos aumentou, e o de feridos diminuiu significativamente. Essa variação mensal oferece uma visão complexa sobre o panorama da violência no Grande Recife, sugerindo que, embora algumas batalhas possam ser vencidas, a guerra contra a violência armada está longe de acabar.

Municípios e bairros sob alerta

A distribuição geográfica dos tiroteios e vítimas em março lança luz sobre as áreas mais afetadas. Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, e outros municípios enfrentam desafios significativos, com bairros específicos emergindo como focos de violência. Esse mapeamento é crucial para direcionar esforços de segurança e intervenções sociais de maneira mais eficaz. 

Os municípios mais afetados pela violência armada em março de 2024, foram:

  • Recife: 80 tiroteios, 65 mortos e 22 feridos
  • Jaboatão dos Guararapes: 22 tiroteios, 18 mortos e 6 feridos
  • Olinda: 15 tiroteios, 11 mortos e 4 feridos
  • Cabo de Santo Agostinho: 14 tiroteios, 15 mortos e 3 feridos
  • Abreu e Lima: 7 tiroteios, 5 mortos e 3 feridos

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