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Festival Recifense de Literatura A Letra e a Voz encheu de poesia, prosa e música o Bairro do Recife

Com mais de 30 atrações, a 21ª edição da mostra promoveu debates, lançamentos, apresentações teatrais e shows gratuitos para todas as idades. Próximo compromisso da agenda cultural será o Festival Internacional de Dança em outubro  


Foto: Marcos Pastich/PCR

A 21ª edição do Festival Recifense de Literatura A Letra e a Voz encheu a cultural capital pernambucana de prosa e verso, debates e acordes, neste fim de semana. Com mais de 30 atrações, a programação abriu o calendário de festivais culturais da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, reunindo público de todas as idades e dos mais diversos perfis ao redor das vocações literárias e culturais locais.

O evento fez sua estreia no palco do Teatro do Parque, na sexta-feira (6), com o show “Poesia Eletrônica”, de Lirinha, que celebrou todos os tempos da poesia nordestina, usando música, verso, memória, luz e efeitos sonoros para ampliar e “samplear” os versos e a história de um povo, que mesmo quando é analfabeto, lê o mundo de um jeito mais lúcido e bonito do que qualquer outro.

Foto: Marcos Pastich/PCR

No sábado e no domingo (7 e 8), a mostra, que trouxe as “Pontes Literárias” como tema e mote para vários debates, tomou conta da Av. Rio Branco. Dessa vez, a estrutura foi montada no começo da via, logo na esquina com a Av. Cais do Apolo, incorporando a estátua do poeta Miró da Muribeca, que foi homenageado pelo Festival, em sua 16ª edição, em 2018. A novidade foi aprovada pelo público e celebrada pelos palestrantes. 

“Uma emoção grande poder, mais uma vez, participar deste evento tendo Miró por perto, como sempre foi e tinha que ser”, comentou a estudiosa, professora de literatura e também autora recifense Renata Pimentel, numa das muitas referências e deferências feitas à escultura do poeta.


Foto: Marcos Pastich/PCR

Ela participou da mesa “300 Anos de Literatura”, sobre os homenageados desta 21ª edição, que foram o professor, poeta e ensaísta César Leal, a poetisa Maria do Carmo Barreto Campello e Osman Lins, romancista, contista, dramaturgo e ensaísta. A conversa teve mediação da também homenageada Heloísa Arcoverde, razão e emoção a serviço do festival desde sua origem.

“Foi uma edição muito bonita e particularmente emocionante para mim. O festival nasceu como uma política pública para o livro e para a leitura. E hoje, em sua maior idade, segue se renovando e encontrando novos caminhos para cumprir essa missão tão nobre. Temos muito a comemorar”, celebrou Heloísa, presença infalível na plateia durante os três dias.

Também assídua no festival, a secretária Milu Megale comemorou seu sucesso. “Foram dias de muita troca, aprendizado e muita literatura! Do Recife, de Pernambuco e do mundo. Entregamos à cidade esta 21ª edição do Festival Recifense de Literatura A Letra e A Voz com louvor, reunindo muitos talentos e ainda tendo a estátua de Miró como testemunha. Foram dias para debater, ouvir, cair na dança e celebrar a literatura da cidade com muita alegria e orgulho”, comemorou a gestora de Cultura. 

Milu ressaltou ainda a importante parceria com a Embaixada da Espanha, a Academia Pernambucana de Letras e o Instituto Cervantes. “Conseguimos promover o encontro do Recife com ele mesmo e com o mundo, por meio da literatura e com a oportunidade de, por meio dessas parcerias, trazer autores internacionais também para debater na mostra.”

Participando pela primeira vez do evento, a autora argentina Bárbara Belloc, que integrou os debates de duas das mais prestigiadas mesas-redondas do evento, celebrou a iniciativa e a literatura recifenses. “Um prazer participar de um evento como esse, no Recife. Festivais são muito necessários, sempre, para promover a literatura como rotina de um povo”, afirmou.

Outra que celebrou as pontes literárias erguidas pelo festival e a possibilidade de percorrê-las foi a poeta, escritora, atriz e performer Luna Vitrolira, que participou, ontem, de mesa que reuniu ainda a prosa e o verso de Clarice Freire, além da autodeclarada habilidade para “desenhos ruins” e para fazer as pessoas rirem do jovem Pedro Vinicio, celebridade digital com quase 800 mil seguidores. “Me considero cria desse festival. Ele foi muito importante para a minha formação como poeta e escritora, me deu muitas referências importantes, que carrego comigo até hoje”, declarou Luna. 

Entre os vários momentos ricos da maratona literária, mereceu destaque a terceira edição das “Batalhas Cervantinas”, que reuniu nomes da novíssima cena da literatura periférica do Recife para um recital. Poetas como Adelaide, Bruno Bicicastelo, Falik, Jessica Preta e Sofio arrancaram aplausos com rimas ácidas e certeiras sobre a realidade da periferia do Recife.

“As Batalhas Cervantinas foram uma aposta na edição de 2022, dentro dos compromissos assumidos pelo Recife, ao receber o título de Cidade Cervantina. Deu tão certo, que repetimos em todas as edições e sempre é um dos momentos mais vibrantes do festival. É uma atividade que nos faz atrair uma plateia jovem e da periferia, ampliando o diálogo proposto pela mostra”, conclui o curador do festival, Dado Sodi.           

O próximo evento do intenso calendário de festivais culturais promovidos pela Prefeitura do Recife no segundo semestre será o Festival Internacional de Dança, no próximo mês de outubro.

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