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Carnaval: como agir diante de emergências de saúde durante a folia

Enfermeira fala sobre os cuidados com o calor, as bebidas excessivas e até mesmo os afogamentos, para quem for curtir piscinas e praias 


Foto: Divulgação

Com a chegada do Carnaval, aumenta a preocupação com acidentes e emergências de saúde nos blocos e festas. Claudiane Ventura, enfermeira e facilitadora do Centro de Simulação da Faculdade Pernambucana de Saúde, explica como agir diante das situações mais comuns.

Calor excessivo

De acordo com Claudiane, o calor excessivo provoca um estresse térmico no organismo, dificultando a manutenção da temperatura estável, podendo causar queda de pressão, insolação, desidratação e até mesmo infartos. “Então, é importante se deitar ou sentar em algum lugar para evitar o risco de queda. Se estiver deitado, coloque as pernas para cima para aumentar o fluxo de sangue em direção ao coração. Se estiver sentado, pode cruzar as pernas”, orienta.

Caso o indivíduo sinta tontura, fraqueza, ansiedade ou dor de cabeça, é indicado procurar um lugar arejado. Quando há sintomas mais preocupantes como falta de ar, alteração de consciência, pele vermelha, seca e quente, pulso acelerado, convulsão ou dor no peito, é importante buscar atendimento médico imediatamente, através do SAMU (192). A facilitadora do CSim orienta também o acompanhante: “enquanto espera por ajuda, mova a pessoa para um local fresco, colocando-a na posição horizontal, remova a roupa e iniciar resfriamento externo, por exemplo, colocando algum tecido umedecido com solução fria no pescoço, axilas e virilha, ventile continuamente e pulverize a pele com água”.

Além disso, é sempre importante lembrar de beber bastante água, mesmo que não sinta sede; usar poucas roupas, sendo leves e claras, para permitir a transpiração; passar protetor com fator de proteção solar (FPS) no mínimo 30, bem como utilizar chapéu e óculos.

Excesso de bebidas alcoólicas

No carnaval, aumenta o consumo de bebidas alcoólicas que, muitas vezes, acontece de modo excessivo. Claudiane defende que o ideal seria a moderação, mas recomenda o que fazer caso a embriaguez tome conta: “a partir do momento em que ela se instala no organismo, só resta interromper a ingestão do álcool, se hidratar com água e esperar que passem os efeitos como euforia, desinibição, comportamento impróprio, alterações na coordenação, na fala, na atenção e na memória”.

Em casos mais graves, como alteração do estado de consciência, convulsões, inconsciência sem recuperar no prazo de 60 segundos, palidez, diminuição da temperatura corporal, vômitos persistentes e quedas, é necessário pedir ajuda em algum posto de apoio médico ou ligar para um atendimento de urgência. “É importante que a pessoa embriagada não fique sozinha, sendo sempre acompanhada por alguém que a possa supervisionar e assegurar um local seguro e arejado para que ela possa sentar ou deitar”, relembra a enfermeira.

“Se a pessoa embriagada quiser ficar deitada, coloque-a lateralizada, para prevenir a ocorrência de broncoaspiração em casos de vômitos e manter uma temperatura corporal adequada, bem como uma hidratação com líquidos leves”, complementa.

Afogamento

Nesse período, é muito comum que famílias e até mesmo grupos de amigos fujam dos blocos e comemorações e recorram a passar o feriadão na praia e em locais com piscinas. Mas, ainda assim, é preciso estar atento às dicas acima e aos casos de afogamentos. “Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número do atendimento de emergência sempre visível (SAMU: 192; Corpo de Bombeiros: 193). Também é prudente evitar nadar após a ingestão de bebidas alcoólicas e em águas em que não é possível saber a profundidade, principalmente à noite”, reforça.

Caso aconteça o afogamento, além de pedir ajuda médica, deve-se fazer o resgate e verificar se a pessoa está respirando. Se sim, lateralizar a cabeça para que a água seja expelida. Caso não esteja, a manobra de ressuscitação cardiopulmonar deve ser iniciada. “Deite a pessoa em uma superfície rígida com a barriga para cima, posicionando as mãos. Com os braços esticados e o peso do seu corpo, inicie 2 compressões por segundo (100-120 compressões por min), 30 compressões para cada 2 ventilações. Mantenha a cabeça da vítima mais baixa que o tórax para prevenir broncoaspiração”, finaliza Claudiane.

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