Banner da POSTAGEM

Os novos presidentes da Câmara e do Senado e a governabilidade de Lula

Oportunidades e desafios no horizonte político 


Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Por Sidney Mamede

As eleições para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, realizadas em 1º de fevereiro de 2025, marcam o início de uma nova fase política no Brasil. Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito presidente da Câmara com uma coalizão que atravessa a linha do espectro político, enquanto Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) retorna à liderança do Senado com forte apoio. Mas, afinal, o que essas mudanças representam para o governo Lula? Vamos ajustar o foco para compreender melhor.

Hugo Motta e o desafio da Câmara: a construção de um grande mosaico

A Câmara dos Deputados, com seus 513 parlamentares, é como um mosaico de diferentes cores, formas e texturas. Hugo Motta, agora no comando, precisará organizar essas peças para formar uma imagem coerente. Ele conquistou 444 votos, amparado por uma aliança que vai do PT ao PL. Cada partido é uma peça fundamental nessa composição, e Lula terá que dialogar com todos para que o governo avance.

O mosaico, no entanto, pode se fragmentar facilmente. As emendas parlamentares, que garantem recursos para as bases eleitorais, funcionam como a argamassa dessa obra. Se não forem administradas com cuidado, podem gerar pressões excessivas e desviar o foco das reformas estruturantes. A tramitação de projetos como a reforma tributária dependerá da habilidade de alinhamento político de Lula e de seus ministros.

Davi Alcolumbre: a orquestra que dita o ritmo no Senado

No Senado, Davi Alcolumbre assume o posto com uma votação expressiva de 73 dos 81 senadores. Se a Câmara é um mosaico, o Senado é uma orquestra. Cada senador toca seu instrumento, muitas vezes em ritmos diferentes. Cabe a Alcolumbre a tarefa de harmonizar essas vozes.

Para o governo, isso é positivo. O presidente do Senado já sinalizou disposição para construir consensos em pautas como o marco fiscal. Lula, por sua vez, terá que ajustar o compasso das negociações, evitando dissonâncias que possam atrapalhar a aprovação de projetos importantes. O Executivo precisará afinar sua comunicação, garantindo que as mensagens cheguem claras e diretas a todos os interlocutores.

Três caminhos para o futuro

Diante desse cenário, o governo Lula terá de percorrer um caminho que se desdobra em três principais trilhas. Como um viajante em busca do destino certo, será necessário equilíbrio entre estratégia e flexibilidade:

1. Reforma Tributária – A proposta de justiça fiscal, que busca simplificar o sistema de impostos e combater desigualdades, precisa ser conduzida com firmeza. Essa é uma estrada longa e cheia de curvas, mas com potencial de gerar desenvolvimento sustentável.

2. Investimento em Programas Sociais – Aqui, o governo terá que semear confiança e colher resultados. Manter programas como o Bolsa Família é essencial para garantir segurança a milhões de brasileiros. O apoio do Congresso será vital para irrigar essas políticas com os recursos necessários.

3. Transparência e Emendas Parlamentares – Este é um caminho mais estreito e escorregadio. É preciso garantir que as emendas sejam usadas com responsabilidade, evitando desvios que enfraqueçam a credibilidade do governo. A fiscalização e a comunicação aberta serão as lanternas que iluminarão essa jornada.

Ponte ou muro? o que o Congresso escolherá?

Neste momento, o Brasil pode ser comparado a uma ponte que conecta diferentes realidades. De um lado, a esperança por mudanças; do outro, o peso das negociações políticas. O Congresso tem a chance de reforçar essa ponte, mas há sempre o risco de que interesses particulares levantem muros no lugar.

Se a imagem da ponte não for clara o suficiente, pense em uma melodia. O sucesso do governo depende de manter um ritmo firme, sem tropeços ou pausas bruscas. É preciso que cada parte do governo e do Legislativo esteja em sintonia, como uma banda que conhece bem seu repertório.

E se você prefere sentir a política em movimento, imagine o governo caminhando por um campo minado. A cada passo, é preciso cautela e percepção aguçada para desviar dos obstáculos e manter o rumo certo.

A dança da política

As eleições no Congresso oferecem a Lula uma pista de dança onde ele terá que se mover com leveza e precisão. Por um lado, as condições são favoráveis, com aliados estratégicos ocupando posições de poder. Por outro, as pressões por recursos e emendas podem transformar passos firmes em tropeços.

O Brasil está atento. A população não quer promessas vazias ou danças ensaiadas. Ela espera ação concreta, que se materialize em empregos, educação e dignidade. A harmonia entre Executivo e Legislativo será determinante para transformar sonhos em realidade.

Agora, é hora de ajustar o som, alinhar os passos e fazer a ponte política se sustentar. Lula sabe que governar é, acima de tudo, a arte de conciliar interesses e inspirar esperança. Que venham os próximos atos dessa grande ópera chamada Brasil.

Postar um comentário

0 Comentários

ADS da GOOGLE