Prefeitura do Recife renova convênio com Instituto para preservar legado de Dom Helder Câmara
Foto: Wagner Ramos/Prefeitura do Recife
Através de termo, município garante o repasse de R$ 300 mil para manutenção das atividades do espaço dedicado a conversar a memória do dom da paz. Neste domingo (9), prefeito João Campos prestigiou homenagem a colaboradores do ex-arcebispo.
Na manhã deste domingo (9), em razão dos 116 anos do Dom da Paz, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, renovou o convênio com o Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC) para a manutenção do legado e memória do arcebispo emérito de Olinda e da capital pernambucana. O compromisso garante a manutenção das atividades e de preservação de todo acervo com um investimento de cerca de R$ 300 mil, ao longo de um ano. O prefeito João Campos assinou o convênio e, junto com familiares de colaboradores que acompanharam o ex-arcebispo, recebeu uma homenagem em nome do médico Cyro Andrade Lima, seu avô, em ato na Igreja Nossa Senhora das Fronteiras, no bairro da Boa Vista.
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Foto: Wagner Ramos/Prefeitura do Recife
“Estamos assinando, por mais um ano, a garantia do custeio para o instituto Dom Helder Câmara. Associado a este convênio, também estamos realizando um programa de visitação para as escolas municipais. Precisamos, sobretudo, legar às futuras gerações a oportunidade de conhecer um santo democrata, do povo e da justiça social”, afirmou o prefeito João Campos.
O IDHeC é responsável pelo memorial e museu que homenageia o arcebispo emérito de Olinda e Recife. Com o convênio, todo o acervo material e documental, referente à vida pessoal, eclesiástica e à obra do religioso estará aberto ao público recifense e de outras regiões que visitam o estado. Além disso, serão cedidos bibliotecários, historiadores profissionais focados em desenvolvimento, assim como visitações de alunos e educadores da rede municipal de ensino.
As instalações do instituto, do memorial, do museu e de outras dependências também estarão à disposição do município do Recife e da FCCR, quando necessário, para realizar ações culturais, que possibilitem a preservação da memória do saudoso arcebispo. O acordo prevê ainda a realização de cursos, oficinas, simpósios, estudos, capacitações, treinamentos, pesquisas, visitas de servidores e outras atividades sobre a obra e vida de dom Helder Câmara e temas correlatados.
“A renovação do convênio demonstra o reforço e a priorização em preservar a memória e toda a vida do arcebispo. A Prefeitura do Recife, sem dúvidas, reconhece a importância dos feitos de Dom Helder, que sempre se dedicou aos que mais necessitavam”, destacou Marcelo Canuto, presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife.
HOMENAGENS - Na ocasião, o IDHC também homenageou os familiares dos colaboradores e colaboradoras que ajudaram, de diversas formas, Dom Helder a realizar seus sonhos e projetos. O prefeito João Campos, sua mãe, Renata Campos e tias Tânia Andrade Lima, Claudia Andrade Lima e Bebeth Andrade Lima foram homenageadas. O senador Fernando Dueire também recebeu o certificado de homenagem.
“Nós conseguimos digitalizar todo o acervo de Dom Helder através de um convênio firmado, lá trás, ainda na gestão do ex-governador Eduardo Campos. Hoje, damos continuidade a esse convênio com a Prefeitura do Recife e eu gostaria de reforçar a minha gratidão, e a de todo o IDHeC, por essa parceria tão importante”, afirmou Virgínia Pimentel, diretora executiva do Instituto.
Também estiveram presentes na santa eucaristia o vice-prefeito do Recife, Victor Marques; a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; a senadora Teresa Leitão; os deputados estaduais, Sileno Guedes e João Paulo; as vereadoras Liana Cirne e Cida pedrosa e a secretária de Cultura do município, Milu Megale.
DOM HÉLDER E O INSTITUTO - Dom Hélder Pessoa Câmara nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 7 de fevereiro de 1909 e faleceu no Recife, em Pernambuco, em 27 de agosto de 1999. Foi um bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife. Um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil. Pregava uma igreja simples, voltada para os pobres, e a não violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi o brasileiro por mais vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz, com quatro indicações. O religioso está sepultado na Catedral da Sé, em Olinda.
O Instituto está localizado na antiga residência do arcebispo emérito de Olinda e Recife, no prédio anexo à Igreja das Fronteiras, na Rua Henrique Dias, na Boa Vista. Entre o conjunto das obras estão atos litúrgicos bastante procurados por fiéis, batinas, cálices, condecorações, óculos, manuscritos, prêmios, títulos e fotografias. Mil peças estão em exposição. Há móveis e utensílios usados por dom Helder no tempo que viveu por lá (1968/1999). Escrivaninha, mesa, cadeiras, rede, quadros, esculturas sacras. No andar superior, um painel mostra a linha do tempo do religioso, desde o nascimento em Fortaleza até o dia de sua morte no Recife, em 1999.
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